sexta-feira, 13 de abril de 2012

II Primavera Sem Flores - 2012



Em junho de 2010, surge na Universidade Federal do Tocantins no Campus de Araguaina, o Núcleo Feminista Olga Benário, com o objetivo de trazer para a realidade do Tocantins, a começar pela universidade, a pauta feminista e a luta contra a opressão às mulheres. Desde então o núcleo mobiliza, informa e promove atividades de formação e reflexão a respeito do feminismo, tornando-se um espaço de auto-organização para as mulheres universitárias. 


O Olga Benário é um núcleo da Marcha Mundial das Mulheres no Tocantins e como tal, traz para a nossa realidade suas bandeiras de forma permanente, buscando na prática do feminismo o caminho para uma revolução social, contra a violência e mercantilização do corpo das mulheres, a pobreza, a opressão e o patriarcado, em busca de uma sociedade Libertária, Igualitária, justa e anticapitalista.



A partir das atividades realizadas pelo núcleo, em 2011 surgiu o projeto do 1º Primavera Sem Flores que tinha como tema a luta pelo combate à violência contra a mulher, incorporando ao debate político questões antes consideradas privadas. Além do tema principal o evento contou com debates sobre o papel da mulher na sociedade, o machismo e a sexualidade da mulher. O evento contou com a participação de toda a comunidade acadêmica que teve a possibilidade de conhecer e refletir sobre a luta feminista, por uma sociedade de paz e respeito às mulheres.


Em março deste ano, mês que simboliza, comemora e reafirma a luta das mulheres, foi realizada a segunda edição deste evento, que vem se consolidando como um forte instrumento da luta feminista no Tocantins. Trazendo no título “Mulheres Transformando a Universidade”, o 2º Primavera Sem Flores discutiu temas importantes para a libertação e autonomia das mulheres, tais como a conquista do espaço social. 


O ingresso das mulheres na universidade está diretamente relacionado à sua luta histórica pelo direito à educação e à conquista do mercado de trabalho. Hoje as mulheres representam cerca de 52% dos estudantes na universidade, mas ainda sofrem com a discriminação dentro dos cursos considerados de domínio masculino, situação que se fundamenta na divisão sexual do trabalho, e com os trotes machistas das universidades, que humilham e reprimem a mulher que busca no ingresso ao ensino superior por autonomia e respeito.


O segundo Primavera Sem Flores, debateu os espaços ocupados por mulheres na política, na ciência, no mercado de trabalho e na sociedade, buscando compreender a realidade sócio-histórica que cada mulher, como a da mulher negra, da mulher lésbica e da mulher indígena, expondo o preconceito e as dificuldades vividas por cada uma delas na quebra diária de tabus. 


Para trazer esses debates, o evento contou com diversas colaboradoras, como as Militantes da Marcha Mundial das Mulheres do núcleo de Palmas: Erika Antunes, Aline Kelly, Lena Rodrigues e Gilmara Apolinário, que junto com as Militantes de Araguaina: Amanda Teixeira, Ana Rosa e Laudinha Moraes, participaram como facilitadoras em diversas mesas de debates. Entre essas mulheres de luta estava Renata Moreno, que levantou discussões polêmicas, muitas vezes criminalizadas e dissimuladas pela sociedade, como a Legalização do aborto, a mercantilização do corpo das mulheres, os padrões de beleza e feminilidade aos quais são submetidas e o histórico da luta feminista. 


Para finalizar o evento as militantes da Marcha Mundial das Mulheres, através da Batucada, puderam expressar seus desejos em forma de canções ritmadas pelos tambores e trazer para Universidade o porquê nós marchamos!


Núcleo Olga Benário e Núcleo da Marcha Mundial das Mulheres de Palmas. 

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