As expressões do machismo na universidade muitas vezes passam despercebidas. Ao repararmos nossa vivência cotidiana, torna-se fácil evidenciar a presença do machismo: a forma como são tratadas as mulheres nos cursos hegemonicamente masculinos; a desvalorização dos cursos majoritariamente femininos; nos cartazes de Calouradas e festas universitárias; nos casos de violência nos campi; nos casos de assédio sexual; na linguagem que torna invisível as mulheres. Tudo isso é parte de um processo que organiza nossa sociedade, transformando as mulheres em “objetos”. Essas práticas passam a ser incorporadas ao nosso cotidiano e se naturalizam, tornando-se aceitável.
No momento em que prevalece um discurso triunfalista, legitimado pelo ambiente universitário, de que as mulheres conquistaram seus direitos, atingiram a igualdade, nosso desafio é evidenciar a existência do machismo e os mecanismos de manutenção da opressão das mulheres na sociedade.
8 de março é o Dia Internacional da Mulher. Fruto da mobilização de operárias no início do século passado, sua celebração foi proposta por Clara Zetkin, na II Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, em 1910, e a partir de então foi comemorado em diferentes datas. Em 1922, passou a ser celebrado no dia 8 de março, data em que as operárias russas deram início às mobilizações da Revolução de 1917.
O lugar das mulheres é na política!
O fim do machismo será possível através da ação das próprias mulheres. Assim, devemos ocupar os espaços públicos contribuindo para a transformação de uma sociedade igualitária. Não podemos aceitar a exclusão dos espaços de decisão e poder da sociedade. Nesse 8 de março, convocamos todas as estudantes a ocuparem seus espaços: nas entidades estudantis, nos partidos políticos, nos movimentos sociais.
Somos mulheres, feministas e lutamos todos os dias para combater o machismo. E nesse dia 8 de Março iremos às ruas mais uma vez dizer em alto e bom som: “A nossa luta é todo dia, somos mulheres e não mercadoria”.
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