quinta-feira, 29 de março de 2012

Somos Mulheres e não Mercadoria


O debate sobre a mercantilização do corpo e da vida das mulheres vem sendo um dos pontos mais discutidos, no último período, dentro do movimento feminista, a partir do papel dado para as mulheres na sociedade. Em toda a história, as mulheres nunca tiveram autonomia sobre sua vida. Criadas e educadas para o papel da reprodução, transformadas em objetos sexuais, dentro do casamento, e ainda com um agrave para aquelas ditas como impuras e do mundo, as mulheres perderam - ou pode-se dizer que nunca tiveram - domínio sobre o seu corpo.
No que tange as mulheres negras, essa situação tem grandes impactos nos tempos atuais. Desde a escravidão, eram vistas como objeto para satisfazer o seu senhor e posteriormente os seus filhos. O racismo e o machismo têm grandes impactos nas mulheres negras, que ainda vivenciam na nossa sociedade, de forma camuflada, ou não, a opressão e as dores que são submetidas.
Atualmente, a presença do machismo tem sido cada vez mais dura e corrosiva para as mulheres, e o percebemos cada vez mais próximo da nossa realidade: seja nos trotes universitários, onde as calouras são vendidas, são trocadas por ingresso, ou muitas vezes são submetidas a tarefas que as ridicularizam, seja nas propagandas de cerveja que mercantiliza a mulher, nas músicas que incitam a violência, nas imagens que sempre colocam as mulheres em uma lógica de produto a ser comprado.
A partir disso, o movimento de mulheres, e consequentemente, o movimento estudantil vem construindo uma grande ofensiva no combate a mercantilização do corpo e da vida das mulheres, combatendo toda e qualquer forma de reprodução do machismo. A UNE tem realizado grandes atividades em todo o país, pautando o combate a essa terrível prática, como a evidenciada no dia 8 de Março, e na própria campanha do MARÇO LILÁS, que mobilizou todas as jovens do país para discutir os temas que nos atinge cotidianamente.
Visualizando esse cenário cercado de armadilhas que tentam diariamente nos oprimir e nos torturar, é que nós mulheres, devemos nos organizar e lutar para uma mudança total dessa lógica que insiste em nos tornar meros objetos a serem manuseados, e mostrar que somos donas das nossas próprias vidas.
Somos mulheres, e não mercadoria!

*Laísa Nascimento é diretora de mulheres da União dos Estudantes da Bahia

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