quarta-feira, 14 de março de 2012

8 de Março Fortalece a Luta das Mulheres em Minas Gerais


O Dia 8 de Março, Dia Internacional das Mulheres, foi marcado em Minas Gerais por grandes atividades. Essa data, apesar de dedicada há um século pelos movimentos e partidos de esquerda à afirmação de que é preciso mudar a vida das mulheres para transformar o mundo, tem sido compreendida e utilizada como um dia de homenagens. Resistindo, portanto, à concepção hegemônica que mercantiliza e romantiza a data, a Marcha Mundial das Mulheres e a Via Campesina ocuparam na manhã desse mesmo dia o INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - como forma de reivindicação da luta das trabalhadoras rurais em torno de pautas como crédito rural, contra o fechamento das escolas do campo e pela reforma agrária. Na parte da tarde, as mulheres partiram em marcha até a Praça da Estação, ponto de encontro para o inicio das manifestações.
Lá, somaram-se mulheres estudantes, sindicais, trabalhadoras do campo e da cidade e diversas organizações. Estiveram presentes o Movimento Mulheres em Luta, SIND-REDE/BH, Associação de Lésbicas de Minas Gerais – ALEM, CUT, CSP-Conlutas, UEE-MG entre outras entidades. Com batuques, bandeiras e palavras de ordem, as mulheres coloriram a cidade de lilás e realizaram intervenções combinando arte com política ao longo do trajeto em direção à Praça 7.
Em frente à Prefeitura de Belo Horizonte aconteceram falas reivindicatórias em torno da realidade das trabalhadoras em educação e pelo investimento na educação infantil. Foram apresentadas, ainda, duras críticas ao modelo neoliberal implementado pelo Governo do Estado. A próxima parada foi no Tribunal de Justiça em que o tema da legalização do aborto foi colocado pelas manifestantes. A rede de supermercados Carrefour foi o terceiro ponto de parada do ato para denunciar o excesso de agrotóxicos nos alimentos e a exploração das/os trabalhadores. Continuando a caminhada, a Igreja São José foi o palco das pautas da sexualidade das mulheres, abarcando inclusive as mulheres lésbicas. Para finalizar o trajeto, passou-se em frente ao Ministério da Saúde denunciando a MP 557, e por fim a Praça 7, com uma ciranda feminista fechando a manifestação. As militantes da Marcha Mundial das Mulheres e da Via Campesina continuaram organizadas para um Encontro de Formação durante dois dias no Ginásio Poliesportivo Divino Braga, em Betim.
Compreendendo que o combate ao machismo é uma de suas bandeiras, a UEE-MG, DCE´s e militantes do movimento estudantil estiveram presentes em todas as atividades. A participação de estudantes feministas foi expressiva e, reunidas em plenária durante o Encontro no dia 09, debatemos as principais disputas a serem travadas no âmbito da educação e da conquista de políticas específicas de assistência estudantil para mulheres. Questões como a permanência de mães estudantes através da garantia de bolsa-creche e bolsa-moradia, o combate à violência contra a mulher no campus e a implementação de um modelo de educação não-sexista foram apresentadas como pautas de interseção dos movimentos estudantil e feminista na busca da transformação da universidade e da sociedade.
Além do ato unificado, outras manifestações aconteceram no estado, fazendo do Dia Internacional das Mulheres um dia de Lutas. Os movimentos feminista, estudantil, sindical, do campo e da cidade, sensibilizaram a sociedade e fortaleceram o compromisso de que seguiremos em marcha até que todas sejamos livres! 

*Marina Dal Monte Figueiredo é Vice-presidenta da UEE-MG e militante da Marcha Mundial das Mulheres.

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