A permanência das mulheres estudantes é ponto central para que possamos superar as opressões que se materializam cotidianamente nas nossas vidas. Atualmente, menos de 20% das crianças até 3 anos têm acesso a esse serviço no país. A oferta de equipamentos públicos que desonerem a vida das mulheres das tarefas do trabalho reprodutivo, a exemplo de creches e restaurantes populares, são sempre secundarizados ou com poucos recursos destinados. Acreditamos que a pauta feminista deve ser transversal a todas as ações e políticas que o Estado executa. Queremos a entrega das seis mil creches prometidas até 2014 e que as universidades se responsabilizem por construir e implementar escolas de aplicação em tempo integral atendendo as demandas concretas das mães-estudantes.
Também é tarefa nossa tratar das políticas de ações afirmativas dando o recorte racial e de gênero, atendendo as demandas de permanência, descolonização do conhecimento e do combate ao racismo e machismo.
Mais mulheres negras ingressaram na universidade após as políticas de acesso ao ensino superior, mas ainda não há Ações Afirmativas que promovam de fato garantias à sua permanência. O machismo e racismo se entrelaçam e acreditamos que disputar novos valores para a sociedade passa por construir novos saberes na universidade.
Romper com essas relações opressoras deve se dar através de ações materiais e por mudanças estruturais na educação, avaliar a maneira como o conhecimento produzido reflete a ideologia sexista que invisibiliza as mulheres, criar órgãos e políticas efetivas para combater o assédio machista que as mulheres sofrem (seja por outros estudantes ou por servidores e professores), além de assumir seu papel transformador para a sociedade.
Acreditamos na organização das mulheres e com muita mobilização tomaremos as ruas e universidades deste país na luta pelo fim do machismo, por mais políticas paras as mulheres, por creches, pela autonomia dos nossos corpos e vidas, pelo direito a viver uma vida sem violência!
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