quinta-feira, 29 de março de 2012

Assembléia Legislativa da Bahia aprovou lei que veta shows contratados com dinheiro público que apresentem conteúdos machistas


Assembléia Legislativa da Bahia aprovou lei que veta shows contratados com dinheiro público que apresentem conteúdos machistasA Assembléia Legislativa da Bahia aprovou ontem (27) um projeto de lei que proíbe que o governo estadual contrate bandas que tenham em seu repertório canções cujas letras veiculem “atentados contra a dignidade da mulher”. Caso sancionada, a chamada lei “antibaixaria”, proposta pela deputada estadual Luiza Maia (PT), criará regras diversas para coibir a ação.

De acordo com o texto do projeto, o contratante – secretarias, órgãos e empresas públicas de qualquer natureza – será obrigado a exibir no contrato uma cláusula que avisa que é proibido executar tais canções. O artista, por sua vez, será fiscalizado pelo contratante e deverá excluir as faixas ofensivas do repertório. A ausência dá cláusula fará com que o contratante tenha que pagar uma multa de R$ 10 mil. Os músicos que forem flagrados executando músicas com conteúdo ofensivo não receberão 50% do cachê. O público também será instado a denunciar eventuais descumprimentos da norma.
O projeto, criado no ano passado, tramitou na Casa por nove meses, durante os quais suscitou muita polêmica e debates até que, na semana passada, chegou ao plenário. “Se as bandas apresentam para o público coisas que chamam as mulheres de ordinárias, ‘piriguetes’, mandam ralar no chão, dizem que vão explodir um cabaré, fazer aluguel de mulheres, que lição a sociedade aprende? Nós temos o direito de viver em uma sociedade que não nos agrida”, argumenta a autora do projeto.

Opositores políticos e artistas baianos questionam o projeto, afirmando que ele promove censura da música no estado e que persegue e prega a extinção do pagode. A deputada responde: “A questão não é mudar a música da Bahia. É contribuir para a discussão da violência contra a mulher, que é uma cultura que nós precisamos banir da sociedade. O que nós queremos é acabar com essa violência simbólica, que vai além da física. Se a violência simbólica contra os homossexuais e os negros é proibida, por que não contra a mulher?”.

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