terça-feira, 13 de setembro de 2011


Nota de repúdio à Revista Playboy

A edição da Revista Playboy (nº  435, de agosto de 2011), além das páginas recheadas de propagandas de carros, roupas, aparelhos eletrônicos e dos óbvios ensaios fotográficos de mulheres nuas que as coloca no mesmo patamar dessas outras mercadorias, aventurou-se na cobertura do 52º Congresso da UNE. A matéria da seção de entretenimento, produzida pelo repórter Bruno Lazaretti, não traduz o que o conjunto das e dos estudantes reunidos no CONUNE produziu e mobilizou politicamente e ainda, de modo sarcástico e ofensivo, afirma que “de modo geral, quanto mais atraente a militante, menos politizada ela é.”. O repórter ridiculariza as estudantes entrevistadas na matéria e sua intenção fica nítida quando insiste em procurar somente as mulheres presentes no Congresso. O padrão de beleza imposto pela mídia se relaciona com os valores da ideologia dominante que são misóginos e sexistas.  Além disso, é recorrente a ideia de que o espaço público produtivo, principalmente o da política, não é espaço das mulheres.
A UNE, entidade que comemora seus 75 anos de fundação, inicia a atual gestão realizando, em menos de um mês de sua posse, uma Jornada de Lutas muito vitoriosa que mobilizou milhares de estudantes em todo o Brasil defendendo os 10% do PIB e 50% do Fundo Social do Pré-Sal para a educação e que culminou numa grande marcha pelas ruas de Brasília reunindo mais de 20 mil estudantes. Estas atividades e o conjunto das resoluções aprovadas no 52º Conune não chegaram ao repórter da  Playboy.
A nossa luta contra a mercantilização do corpo e da vida das mulheres se dá em diversos espaços. A UNE combate veementemente o machismo e repudia o conteúdo da matéria.

A nossa luta é todo dia
Somos mulheres e não mercadoria!

Brasília, 01 de setembro de 2011

* Nota aprovada na reunião de planejamento da diretoria da UNE


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