Nota
de repúdio à Revista Playboy
A edição da
Revista Playboy (nº 435, de agosto de
2011), além das páginas recheadas de propagandas de carros, roupas, aparelhos
eletrônicos e dos óbvios ensaios fotográficos de mulheres nuas que as coloca no
mesmo patamar dessas outras mercadorias, aventurou-se na cobertura do 52º
Congresso da UNE. A matéria da seção de entretenimento, produzida pelo repórter
Bruno Lazaretti, não traduz o que o conjunto das e dos estudantes reunidos no
CONUNE produziu e mobilizou politicamente e ainda, de modo sarcástico e
ofensivo, afirma que “de modo geral, quanto mais atraente a militante, menos
politizada ela é.”. O repórter ridiculariza as estudantes entrevistadas na
matéria e sua intenção fica nítida quando insiste em procurar somente as
mulheres presentes no Congresso. O padrão de beleza imposto pela mídia se
relaciona com os valores da ideologia dominante que são misóginos e sexistas. Além disso, é recorrente a ideia de que o
espaço público produtivo, principalmente o da política, não é espaço das
mulheres.
A UNE,
entidade que comemora seus 75 anos de fundação, inicia a atual gestão
realizando, em menos de um mês de sua posse, uma Jornada de Lutas muito
vitoriosa que mobilizou milhares de estudantes em todo o Brasil defendendo os
10% do PIB e 50% do Fundo Social do Pré-Sal para a educação e que culminou numa
grande marcha pelas ruas de Brasília reunindo mais de 20 mil estudantes. Estas
atividades e o conjunto das resoluções aprovadas no 52º Conune não chegaram ao
repórter da Playboy.
A nossa luta
contra a mercantilização do corpo e da vida das mulheres se dá em diversos
espaços. A UNE combate veementemente o machismo e repudia o conteúdo da matéria.
A nossa luta é todo dia
Somos mulheres e não mercadoria!
Brasília, 01 de setembro de 2011
* Nota aprovada na reunião de planejamento da diretoria da UNE
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