O EME surgiu em 2005, por iniciativa da diretoria de mulheres da UNE, com o objetivo de ser um espaço de auto-organização e fortalecimento do debate feminista na entidade, contribuindo no combate ao machismo e todas as formas de opressão sofridas pelas mulheres dentro das universidades e no movimento estudantil. A segunda edição, que ocorreu em 2007 consolidou o Encontro e permitiu a criação de uma agenda própria.
Em 2009 o EME contou com a participação de 400 estudantes de todo o Brasil. Com a campanha “Mulheres transformando a universidade” o Encontro proporcionou debater a universidade a partir do olhar das mulheres. Creche, assistência estudantil, currículos acadêmicos que abrangem a discussão de gênero, educação não sexistas são pautas que derivaram do IV EME e que mobilizaram a estudantes nos últimos dois anos. Além disso, a mercantilização do corpo das mulheres, os trotes e calouradas machistas foram denunciados com veemência pelas mulheres estudantes. Por fim, este EME estimulou a criação de coletivos feministas nas universidades, com o papel de travar o debate feminista nos espaços acadêmicos, reivindicar políticas de assistências e organizar o combate às práticas machistas impostas às mulheres no cotidiano da vida estudantil.
O IV EME da UNE vai buscar aprofundar as bandeiras de luta do último Encontro e discutir a vida das mulheres a partir de uma perspectiva ampla, que resgate o combate às opressões vividas pelas mulheres na sociedade. Com o mote “Ô abre alas que as mulheres vão passar” o próximo EME terá o objetivo de criar uma agenda ampla que avance na discussão das mulheres nos espaços de decisão da Entidade e apresentar os desafios da mulher brasileira que, mesmo admitindo avanços no campo das políticas públicas, no acesso a educação, ainda sofrem com as duplas jornadas de trabalho, com a falta de autonomia e a mercantilização de seus corpos, com a criminalização do aborto e com os valores patriarcais e mercadológicos arraigados no seu cotidiano.
Antenadas com o momento atual, em que as mulheres rompem barreiras e alcançam espaços nunca antes conquistados, as mulheres da UNE buscam radicalizar as suas pautas e dizer, em alto e bom som, que ainda temos que lutar muito! Enquanto as mulheres jovens ocuparem os piores postos de trabalho, enquanto a pobreza estiver majoritariamente entre as mulheres negras, enquanto o aborto for criminalizado, a violência continuar existindo, estaremos em processo de luta e resistência!
Sabemos que o sistema capitalista reproduz e reforça a opressão sobre as mulheres que se acentua ainda mais se ela for negra. Recebem os menores salários, são menos representadas na educação superior e as que mais morrem por abortos inseguros. O encontro também vai acumular para essa realidade.
A luta contra o machismo é coletiva. É preciso que todas as mulheres se sintam protagonistas dessa luta e a encarem como sua em seu cotidiano, levando-a não só para os debates na sala de aula como também para outros espaços de atuação que participam, como Centros Acadêmicos, DCEs, nas UEEs, nas diretorias da UNE e organizações políticas.
Portanto, convocamos todas as estudantes a realizarem as suas atividades preparatórias em seus estados com o objetivo de fortalecer a discussão para o IV EME da UNE.
Construam suas delegações e vamos à luta por uma sociedade mais justa e igualitária!
Um comentário:
A Bahia receberá com muita honra esse evento valoroso das mulheres da UNE! Assim como eu, muitas mulheres já sofreram machismo nas universidades. Eu fui agredida fisicamente por um ex dirigente de DCE que além de bater no meu rosto, me ameaçou de morte. Companheiras, vamos à luta. Não desistam de vocês, não aceitem nenhum tipo de ato machista!
Diga não ao machismo!!
Tássia Bastos
Diretora da União dos Estudantes da Bahia - UEB
Diretório Nacional da JS PDT
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