terça-feira, 22 de maio de 2012

Beijaço contra Homofobia - Palmas/TO

No último dia 21 de abril, durante o aniversário de uma boate em Palmas/TO, duas mulheres lésbicas foram agredidas por um grupo de homens. 

Pelo segundo ano consecutivo a festa denominada “B-Day da Bianco”, tem sido espaço de acontecimentos vergonhosos de cunho homofóbico e machista. Ano passado dois estudantes, entre eles uma mulher, foram violentamente agredidos durante a realização do evento pelas mesmas motivações. Tais acontecimentos, bem como sua reincidência, traduzem a negligência das autoridades responsáveis pelos Direitos Humanos, Cíveis e das Mulheres, da organização do evento e da própria boate. 

Em resposta, várias entidades do movimento LGBT e Feminista em parceria com a comunidade acadêmica da Universidade Federal do Tocantins e população em geral, organizaram no último dia 11 de maio o “Beijaço Contra a Homofobia” em frente à boate. A manifestação expressou o repúdio à violência contra a mulher e ao ser humano, firmando na luta contra as opressões, a busca por igualdade, liberdade e respeito. A Mobilização ainda teve como objetivo reivindicar a aprovação da Lei nº 105/09 que tramita na Câmara de Vereadores de Palmas, que estipula sérias sanções aos estabelecimentos denunciados por cometer crimes homofóbicos e a implementação das delegacias de proteção à mulher, 24 horas. 

A intersecção do debate Feminista e LGBT perpassam por várias lutas. Entender a condição da mulher lésbica ou bissexual em sua situação de múltipla vulnerabilidade, por sofrer com a violência da lesbofobia, do machismo e ainda uma terceira carga se for negra, é compreender que nossa luta é por todas as mulheres, em sua pluralidade. 

A histórica luta das mulheres por autonomia e igualdade de direitos cíveis e sociais, firmados na busca por liberdade e respeito à sua identidade, ao seu corpo e a sua sexualidade converge na luta das mulheres lésbicas e bissexuais por seus direitos. Compreender a íntima relação da luta feminista, anticapitalista e antisexista na desconstrução dos moldes binários de gênero, heteronormativos e patriarcais é essencial no processo de libertação das mulheres.


Por: Gilmara Apolinário Reis estudante da UFT.


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