Denúncias
de violência física contra mulheres corresponderam a 61,28% das 74.984 ligações
feitas relacionadas à violência na Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180,
no ano passado. O serviço totalizou 667.116 ligações – uma média de 1.828 por
dia, segundo balanço divulgado nesta quarta-feira, 7, pela Secretaria de
Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR).
O
mais surpreendente nesse balanço é o número de ligações de mulheres em
situações de cárcere privado, que chegaram a 343.
“É
quase uma denúncia por dia. Assusta o fato de que as mulheres são submetidas a
uma situação de propriedade, algo desumano e cruel, sem direito de ir e vir”,
avalia Cida Gonçalves, secretária Nacional de Enfrentamento à Violência Contra
as Mulheres da SPM.
Ela
também chama a atenção para outro fato: a maioria das vítimas de violência está
no período economicamente produtivo e biologicamente reprodutivo. “Isso atinge a economia e o desenvolvimento
do País, diminuindo sua autoestima e sua dignidade”, completa a secretária.
NO
EXTERIOR – O Ligue 180 foi estendido no ano passado para três países, Itália,
Portugal e Espanha. E mesmo em curto prazo e sem ampla divulgação, já foram
registradas 47 ligações. Isso significa, para a ministra da Secretaria de Políticas
para as Mulheres, Iriny Lopes, que o serviço cumprirá um papel tão importante
quanto o prestado no Brasil, para cidadãs brasileiras fora do País.
Além
das 45.953 denúncias de agressões nesse período, a Central recebeu 17.987
(23,99%) relatos de violência psicológica;
8.176 (10,90%) de violência moral; 1.298 (1.73%) de violência sexual; e
1.227 de violência patrimonial.
O
PERFIL – O Ligue 180 é majoritariamente (98,97%) procurado por mulheres
adultas, em período economicamente produtivo e biologicamente reprodutivo, a
maioria entre 30 e 39 anos.
De
acordo com o perfil das mulheres que recorrem ao serviço, 31,19% têm idades
entre 20 e 29 anos; 32,08% entre 30 e 39
anos; 17,88% 40 e 49 anos e 8,64% entre 50 e 59 anos. Também foram registradas ligações feitas por
homens: 3.402 .
DEPENDÊNCIA
- Os dados do balanço do ano mostram que 59,51% das vítimas não dependem
financeiramente do agressor, evidenciando que estas mulheres têm dependência
afetiva com os agressores.
Outro
aspecto importante no quesito econômico dá conta que 8,45% das vítimas que
contataram a Central são beneficiárias de programas de transferência de
renda.
Comunicação
Social
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