sábado, 30 de março de 2013

5º Encontro de Mulheres Estudantes: Resumo Primeiro dia



Nessa sexta-feira (29), estudantes feministas de todo o país se reuniram na cidade de Camaçari-Ba, 41 Km de Salvador, para o 5º Encontro de Mulheres Estudantes da UNE, o EME.  Construído por mulheres e para mulheres, o evento vai até domingo (31/03). O primeiro dia de debates, além da mesa de abertura, contou com grupos de discussões (GDs) e uma segunda mesa que foi realizada a noite.

“Para Mudar a Universidade: Somos Todas Feministas!” foi o tema da mesa que deu inicio ao encontro.  Representando a prefeitura de Camaçari, que ofereceu todo apoio ao EME, estiveram presentes a subsecretária de Mulheres, Flávia Castellar, o secretário da Cidadania e Inclusão, Fabio de Carvalho Pereira e a subsecretária de Relações Institucionais da cidade, Carla Mendes. A mesa também foi composta pela vice-presidente da UNE, Clarissa Cunha e a atual diretora de Mulheres da UNE, Liliane Oliveira.

Na ocasião, ambos representantes do governo municipal de Camaçari parabenizaram a diretoria de Mulheres da UNE, a realização do EME e ressaltaram a importância da União Nacional dos Estudantes no cenário brasileiro ao longo dos seus 75 anos. Em suas falas, reforçaram também o quanto é importante para cidade a realização do EME, assim como afirma Carla Mendes: “Camaçari está muito orgulhosa de ser escolhida para sediar tão importante encontro que vai ajudar a reforçar o papel da universidade, de formular, debater e questionar”. 

Ainda nesse bate-papo incial, a vice-presidente da UNE, Clarissa Cunha, fez uma breve contextualização do novo cenário econômico dos jovens no Brasil e afirmou o destaque das mulheres nesse panorama do país. “Esse espaço de debate é muito importante, essa construção política de uma agenda de discussão sobre as mulheres é fundamental para firmar novos valores para a juventude”. No fim das falas a diretora de Mulheres da UNE, Liliane Oliveira, declarou oficialmente aberto o 5º EME da UNE e foi ovacionada pelas participantes com as palavras de ordem: UNE de luta, anticapitalista, para acabar com o machismo, SOMOS TODAS FEMINISTAS! 

Avanços e Desafios da luta das Mulheres

Seguindo a programação, a parte da tarde ficou reservada para os grupos de discussões. As encontristas se dividiram em duas rodas de conversas que aconteceram simultaneamente.  A roda de conversa “Mapa da Violência do Brasil” teve como convidada Clarisse Goulart, do MM. Já a roda “Democratização da comunicação e regulamentação da mídia no combate a mídia sexista”, teve a presença da blogueira feminista, Amanda Cunha, e de Bruna Rocha, da Universidade Federal da Bahia( UFBA).


No fim da tarde, a segunda e principal mesa do EME, discutiu políticas públicas para mulheres e jovens. As convidadas foram Tatau Godinho da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), Ângela Guimarães, presidente do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), e Michele Santos, do Coletivo de Mulheres Negras Candaces da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Esteve presente também o presidente da UNE, Daniel Iliescu, que fez a saudação inicial e agradeceu as mulheres que constroem o EME, mesmo num calendário cheio do movimento estudantil.

A representante Secretaria de Políticas para as Mulheres, Tatau Godinho, lembrou dos grandes avanços na luta das mulheres em uma perspectiva histórica. E ressaltou que todos os avanços inclusive a criação de uma Secretaria específica foi fruto de um processo de lutas que foi construindo um espaço de autonomia das mulheres e que este nunca é um processo sem possibilidades de perdas. Para ela são duas questões fundamentais de ganhos históricos, o direito de estar presente no espaço público e de participar da política, e  serem sujeitas de da sua própria vida e história.

De acordo ainda com a representante da SPM, a dinâmica da desigualdade de gênero, de raça se entrelaçam a ponto de construir relações num processo de reorganização desordenada. “Sabemos que a opressão não atinge de maneira igual todas as mulheres. É muito importante que ao trabalhar na construção de novas relações sociais entendermos como opera a desigualdade? É essa compreensão que vai fazer com que a gente pense propostas de políticas sociais ou de organização que tenham o sentido de romper com a desigualdade de mulheres e homens”, destacou.


Para Angela Guimarães, que acumula as funções de presidente do Conjuve e secretária nacional de Juventude, o legislativo brasileiro tem conseguido discutir pautas avançadas, como o estatuto da juventude, a PEC das domésticas, o PNE que será aprovado, a aprovação dos royalties, entre outras.  Segundo ela nas conferências nacionais na juventude a participação das mulheres é massiva. “Isso se faz refletir nas nossas pautas”, garantiu. Sobre o EME, Angela disse ainda que é essa organização do movimento estudantil que tenciona o poder público. “É a garantia que os nossos projetos podem fazer diferenças diretas na vida dos jovens”, afirmou.

A estudante Michele Santos, Coletivo Candaces, finalizou a mesa e as atividades do primeiro dia do EME. Para ela, as universidades precisam de uma reforma curricular que envolva questão de gênero e de raça.  Michele acredita que a universidade ainda não tem um recorte de gênero que ajude todas a continuarem dentro das universidades. Segundo Michele ainda os jovens tem que ocupar espaços importantes agora. “Temos que propor e exigir políticas públicas de juventude e precisamos ser empoderadas agora enquanto jovens”, concluiu. 

*Com informações da Ascom UNE

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